terça-feira, 31 de julho de 2012

Ídolos da Música: Rock? Pop? Samba? Que nada! "Algodão-doce pra vocês!"


A idolatria é algo intrigante.
Cada qual por seu viés, religiosos, psicanalistas, bêbados, artistas e outros espécimes na fauna humana tentam decifrar algo desse impulso. Muitas vezes histérico, outras vezes obstinado, instantâneo, breve, por toda a vida... enfim: pra todo gosto - aliás, comercializa-se.
Me lembro - e compartilho abaixo - da atitude de algumas pessoas quando começa a rolar "Tom Sawyer" no show do Rush no Maracanã (observe entre 0:31 e 0:37). Vai além de apreço.


A idolatria é algo impressionante.
Nunca idolatrei coisa alguma, seja gente, deus ou artista. Gosto de tudo isso, mas nunca fui tão fundo como aqueles que pesquisam o tamanho do pênis do Bruce Lee, ou que ouvem música religiosa fora do momento e do ambiente dos seus cultos (muitas vezes querem obrigar você a ouvir também) e por aí vai... assim, embora muitas vezes esteja em contato com artistas e outros profissionais que admire muito, não me lembro de ter me sentido no direito de perseguir ou aporrinhar alguém por admirá-los - na verdade acho isso o fim da picada, e olha que tenho uma admiração absurda por alguns seres humanos!
Jimi Hendrix levando a relação com o instrumento a outro patamar; Tom Jobim grandioso com nosso jeito tranquilo e elegante; John Lennon imperturbável, convicto, genial; João Bosco com aquelas levadas absurdas de violão; Chico Buarque e muitos outros que nunca igualarei.
Me lembro quando iniciei o projeto da Casa de Música de Ipanema, ainda com poucos alunos e muito tempo não-contado. Numa bela tarde me liga um tal de Daniel querendo ver se resolvia um problema com seus arquivos midi. "Daqui a meia hora apareço aí". Tempo passado, toca a campainha, fui atender e lá estava: Daniel Azulay em carne e osso.
Para os que não conhecem, foi o sujeito que representava na minha infância o que a Xuxa representou para os "baixinhos" no fim da década de 80/ início da de 90; tinha seu próprio programa de televisão para o público infantil; além disso ele cantava, tocava e compunha coisas muito interessantes e ainda foi - é - um dos maiores desenhistas do Brasil, com exposições e trabalhos premiados no mundo inteiro. Atualmente seu trabalho de educação artística é disseminado através das "Oficinas de Desenho Daniel Azulay" por todo o Rio de Janeiro.
Pois bem, o cara chegou, ouviu os arquivos dele - não tinham conserto -, bateu um grande papo comigo sobre arte, tomou o café que eu fiz! Desculpe... ele é meu ídolo.
Abaixo, "Nó em pingo d'água". Faixa de abertura de "Turma do Lambe-lambe", primeira fita-cassete que ganhei na vida. Minha mãe chegou em casa dizendo que o próprio Daniel tinha mandado pra mim.


A idolatria é algo um tanto saudoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário